"Vitor, quantos carboidratos eu preciso pra ganhar massa muscular?"
E já vou te falar: essa pergunta começa errada. A questão não é "quanto você precisa", mas sim "quanto é ótimo" para os seus objetivos.
O CAMPO DE BATALHA DOS MACRONUTRIENTES
De um lado, temos a galera low-carb jurando de pé junto que você só precisa de proteína e gordura. "Os corpos cetônicos poupam proteína, tá tudo certo!" – dizem eles.
Do outro lado, uns veganos malucos afirmando que proteína é superestimada e o que "você precisa mesmo" é de carboidrato por causa da insulina.
Até poucos anos atrás era shake com 100g de dextrose pós-treino! Meu Deus do céu, a gente comia açúcar puro achando que ia virar o Schwarzenegger!
A VERDADE NADA ROMÂNTICA SOBRE A INSULINA
Durante minha pós-graduação, estudei exatamente esse tema. E aqui está o que a ciência realmente diz:
1. A insulina não é diretamente anabólica nos níveis que você alcança comendo uma refeição normal rica em arroz, batata ou mandioca.
2. O que ela faz é reduzir o catabolismo (a quebra de proteínas musculares).
É como se a proteína construísse a casa e o carboidrato (pela insulina) impedisse que alguém roubasse os tijolos durante a obra.
E olha que interessante: quando você consome proteína pós-treino, adicionar carboidrato não aumenta significativamente a síntese proteica além do que a proteína sozinha já faz.
QUANTIDADE MÍNIMA VS. QUANTIDADE ÓTIMA
Em pacientes com diabetes tipo 1 (que não produzem insulina), a taxa de síntese proteica é comprometida. Isso mostra que sim, você precisa de algum nível básico de insulina circulante.
Mas – ATENÇÃO – você consegue isso com quantidades baixas a moderadas de carboidratos.
O ESTUDO QUE ELES NÃO QUEREM QUE VOCÊ CONHEÇA
Um estudo comparou dois grupos:
• Ambos consumindo 2g de proteína/kg
• Ambos fazendo musculação regularmente
• Um seguindo dieta cetogênica, outro com carboidratos normais
Resultado? O grupo com dieta balanceada ganhou significantemente mais massa magra.
Por quê? Três possibilidades:
Menos insulina = mais degradação proteica
Mais carboidrato = melhor treino = mais estímulo
O grupo cetogênico provavelmente comeu menos calorias sem perceber
Este último ponto é crucial. O que mais importa para ganho muscular não é só o tipo de macronutriente, mas sim o total calórico!
O FATOR QUE NINGUÉM FALA: INTENSIDADE DO TREINO
Quando você está tentando levantar aquele supino que parece impossível, seu corpo está usando primariamente glicose. E adivinha de onde vem a glicose disponível? Dos carboidratos!
Um estudo da Western University mostrou que mesmo atletas adaptados à cetogênica (por mais de 8 semanas) ainda tinham:
7-9% menos potência em exercícios intensos
Redução na capacidade de treinar com séries múltiplas
E sem intensidade no treino, pode esquecer a hipertrofia significativa, anjo!
QUANTO CARBOIDRATO É O "IDEAL" NA PRÁTICA?
Com base na literatura científica atual e na minha experiência com os pacientes:
• Para ganho de massa: 4-7g de carboidrato/kg
• Para manutenção: 3-5g/kg
• Para definição controlada: 2-4g/kg
Mas esses números só fazem sentido se:
Sua ingestão de proteína já estiver adequada (1,6-2,2g/kg)
Seu total calórico estiver em superávit (para ganho)
Seu treino for intenso o suficiente
Sabe por que esse debate me irrita tanto? Porque é tipo discutir a cor do estofado enquanto o carro não tem motor!
O que realmente importa:
Treinar pesado e progressivamente
Consumir proteína suficiente (1,6-2,2g/kg)
Manter superávit calórico moderado (10-20%)
Dormir bem (8h+) e controlar o estresse
Se você não tem isso em ordem, discutir se deve comer 250g ou 300g de carboidrato é perda de tempo!
O QUE VOCÊ DEVERIA FAZER A PARTIR DE HOJE
Garanta sua proteína (1,6-2,2g/kg) – ovo, frango, carne, etc.
Distribua alguma gordura para funções hormonais (0,5-1g/kg)
Complete o resto com carboidratos até seu superávit calórico
Coloque mais carboidrato pré e pós-treino
E por favor, pare de acreditar em bobagens tipo:
"Carboidrato engorda"
"Carboidrato à noite vira gordura"
"Carboidrato é veneno"
Isso é pseudociência do mesmo nível de "terra plana" e "chip da beleza".
CONCLUSÃO: FOCO NO QUE IMPORTA!
No final do dia, carboidrato não é vilão nem herói – é uma ferramenta.
Para a maioria buscando ganho muscular:
Quantidades moderadas a altas de carboidratos (4-7g/kg)
Fontes como arroz, batata, mandioca e frutas
Distribuição estratégica ao redor dos treinos
…vai garantir os melhores resultados.
Se você está há anos na academia parecendo um frango depenado, pare de se preocupar com debates de internet e comece a se preocupar se está:
Realmente treinando pesado
Comendo proteína suficiente
Em superátivit calórico
Dormindo como se deve
Noventa por cento das pessoas estagnadas falham em pelo menos dois desses pontos – e quase nunca é por causa do carboidrato!
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Beijão,
IC XC NI KA
Vitor Fonseca
Ótimo texto. Se possível escreve a respeito do uso do glicogênio muscular no treino e como usar ele de forma inteligente, sem gastar muito nas séries preparatórias e sim nas séries válidas.